Quantas vezes nos sentimos impotentes diante das adversidades?
Parece que estamos com as "mãos atadas" diante de muitas situações complexas da vida.
Pois, saiba que muitos homens de Deus partilharam de tais sentimentos por estarem literalmente em cadeias.
Embaixador em Cadeias
“pelo qual sou embaixador em cadeias,
para que, em Cristo, eu seja ousado para falar, como me cumpre fazê-lo.”
Efésios 6.20
Paulo escreve à igreja de Éfeso, Filipos, Colossos e a
Filemom enquanto estava preso muito
provavelmente em Roma. São as “epístolas da prisão”. Um verdadeiro tratado
teológico, onde também compartilha com os irmãos a respeito da sua missão e da
sua condição presente.
1.
“Você foi feito para uma missão”.
A afirmação que o apóstolo faz dizendo-se um embaixador
em cadeias, a primeira vista parece um tanto contraditória. No entanto, sua
condição de prisioneiro não foi obstáculo para cumprir seu trabalho como
embaixador de Cristo.
Um
embaixador é um representante autorizado de um governo ou autoridade.
As
escrituras declaram que todo cristão é um embaixador de Cristo a semelhança de
Paulo.
“De sorte que somos
embaixadores em nome de Cristo.” 2Co
5.20ª
Este é o ministério de
todo Cristão. Falar em nome de Jesus, levar as boas novas do evangelho em todos
os lugares.
“E disse-lhes: Ide por todo o mundo e
pregai o evangelho a toda criatura.” Marcos 16:15
Fomos feitos, formados, moldados para uma missão!
Quando pensamos em missões, logo nos vem à mente:
longas viagens, povos não alcançados, tribos, e coisas semelhantes a estas.
Porém, o campo missionário de cada cristão, está mais
próximo de que ele imagina! É sua vizinhança, sua família, seu trabalho,
escola, etc. E como temos sido negligentes em nosso campo missionário!
Diariamente transitamos por diversos lugares, nos encontramos com um número
significativo de pessoas, sem ao menos sermos notamos como cristãos. Somos
apenas “mais um” na multidão. Não nos portamos como verdadeiros embaixadores do
Reino de Deus, o que de fato somos.
“[...]
embaixador em cadeias [...]” Ef. 6.20
Estar encarcerado implica estar limitado, restrito,
impossibilitado, impotente. Tempo de tristeza, de solidão e clamor.
As Escrituras nos garantem que neste mundo passaríamos
por aflições. E esta verdade também vale para a vida do embaixador de Cristo.
Podemos em algum momento nos encontrar em “cadeias”. Não física ou
geograficamente falando. Trata-se daquela situação adversa que nos limita,
restringe, impossibilita ou nos faz impotentes.
É o problema financeiro que se instalou, a doença grave que aflige
alguém de nossa família ou a nós mesmos, a dependência química de um filho que
afeta a família inteira, sérios problemas conjugais que chegam a beira de um
divórcio e inúmeras outras situações que o embaixador de Cristo pode enfrentar
e que são verdadeiras “cadeias” em nossas vidas.
Paulo, porém , apesar de se defrontar com o cárcere e
ter que passar por tudo o que este lhe reservara, contrariando o que se
esperaria de qualquer pessoa aprisionada, escolheu glorificar a Deus com suas
algemas:
“ Quero ainda, irmãos, cientificar-vos
de que as coisas que me aconteceram têm, antes, contribuído para o progresso do
evangelho; de maneira que as minhas cadeias, em Cristo, se tornaram conhecidas
de toda a guarda pretoriana e de todos os demais e a maioria dos irmãos,
estimulados no Senhor por minhas algemas, ousam falar com mais desassombro a
palavra de Deus.” Fl 1.12-14
A guarda pretoriana era um grupo de guarda de elite do
império romano, distinto do exército ou da polícia romana. Contava com cerca de
nove mil homens em Roma. Este grupo dividia-se em turnos específicos para
vigiar Paulo e mais, guarda e prisioneiro eram em diversas ocasiões acorrentados
um ao outro, o que proporcionava a Paulo uma “audiência cativa”.
2. Procure conhecer a
vontade de Deus para a sua vida. Cuide dos assuntos dEle que Ele cuida dos
seus!
O apóstolo sabia muito bem qual era sua missão! Ele
aproveitou a oportunidade que tinha de proclamar o evangelho a toda guarda
imperial. E o testemunho de Paulo, sobre o que Deus estava fazendo em sua vida
foi tão impactante, que serviu para motivar os irmãos a pregarem o evangelho
com mais intrepidez!
Paulo poderia muito bem ter tido uma
reação diferente. Ele poderia ter gastado todos os seus dias de reclusão
somente pensando e orando pedindo por sua libertação, preocupado consigo mesmo.
Poderia ter se acomodado no fundo da sua cela, e dito:
-
Agora que estou preso, Deus que me dê um tempo! Ele não permitiu que me
prendessem? Agora não vou pregar para ninguém! Se Deus quer que eu pregue , Ele
que me liberte! E as igrejas que me esperem. Não tenho nada a dizer-lhes no
momento!
Mas
não foi assim.
Da mesma maneira quando estamos recolhidos em nossa
“prisão” pessoal, podemos escolher seguir pelo caminho da murmuração, da
amargura, do isolamento ou optar pelo caminho escolhido por Paulo. Onde ele viu
o cárcere como uma oportunidade dada por Deus para cumprir seu chamamento e
assim, glorificar o nome de Cristo.
“Ora, de um e outro lado, estou
constrangido, tendo o desejo de partir e estar com Cristo, o que é
incomparavelmente melhor. Mas, por vossa causa, é mais necessário permanecer na
carne. E, convencido disto, estou certo de que ficarei e permanecerei com todos
vós, para o vosso progresso e gozo da fé. “ Fp 1.23-25
Paulo estava preso, mas não sua mensagem e tampouco sua
consciência.
3. Deus virá com
provisão e libertação enquanto cumprimos nosso chamado em meio a tribulação.
Havia momentos em que Paulo estava triste (Fil 1.19 e 2.27),
porém, ele conhecia o Deus a quem servia e confiava que seus irmãos em Cristo
estavam orando intensamente pela sua vida.
Ele não esperou a bênção da libertação chegar para aí
então trabalhar para Deus. Enquanto na luta, foi fiel à chamada de Deus.
Paulo cuidava dos assuntos de Deus (Pregava , orava, ensinava,
escrevia às igrejas) e o Senhor cuidava dele.
“Porque estou certo de que isto mesmo,
pela vossa súplica e pela provisão do Espírito de Jesus Cristo, me redundará em
libertação, segundo a minha ardente expectativa e esperança de que em nada
serei envergonhado; antes, com toda a ousadia, como sempre, também agora, será
Cristo engrandecido no meu corpo, quer pela vida, quer pela morte.” Fil.
1.19,20
“Alegrei-me, sobremaneira, no Senhor
porque, agora, uma vez mais, renovastes a meu favor o vosso cuidado; o qual
também já tínheis antes, mas vos faltava oportunidade. Digo isto, não por causa
da pobreza, porque aprendi a viver contente em toda e qualquer situação. Tanto
sei estar humilhado como também ser honrado; de tudo e em todas as
circunstâncias, já tenho experiência, tanto de fartura como de fome; assim de
abundância como de escassez; tudo posso naquele que me fortalece. Todavia,
fizestes bem, associando-vos na minha tribulação.”
Os irmãos filipenses tiveram seus corações movidos por
Deus para ajudar Paulo financeiramente em suas necessidades, durante o período
de prisão.
Uma lição preciosa que Paulo já havia aprendido, é que
nem sempre a provisão vem de onde esperamos. Temos a tendência de olhar para
nossos problemas e determinar de onde virá a solução. Porém, Deus, não raras
vezes, permite que nossa expectativa seja frustrada para que possamos ver o
próprio Senhor agindo em nossas vidas a sua própria maneira.
Sendo assim, concluímos: O nosso socorro vem do Senhor
que fez os céus e a terra!
Hoje Deus chama embaixadores que realmente cumpram sua
missão. E que com coragem e amor pelo Senhor, em meio às maiores dificuldades e
privações, creiam que Deus é poderoso para suprir, livrar e usar com poder e
grande glória cada um dos Seus filhos que tão somente dizem: Eis-me aqui
Senhor! Envia-me a mim!
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