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A PARÁBOLA DO FILHO PRÓDIGO
Lucas 15.11-32
Parábola é uma
forma de discurso em que se procura garantir o efeito de uma frase ou
pensamento pela justaposição de outra frase a ela semelhante. É a narrativa
ficcional ou verdadeira, que se apresenta com o fim de ensinar uma
verdade. A parábola nos faz ver as
pessoas na sua maneira de proceder e de viver. É um dito de situação concreta da vida...
Jesus conta a
uma platéia judaica a parábola do filho pródigo. Uma história no mínimo
curiosa. O texto bíblico começa contando que havia um homem que tinha dois
filhos. O mais moço em determinado momento, pede ao pai a sua parte devida na
herança (v. 11, 12). Ao ouvir isto, com certeza os judeus na audiência de Jesus
devem ter ficado boquiabertos. Pois não era de costume judeu tal prática. Uma
verdadeira insolência. O filho mais novo pedir a herança ao pai ainda vivo, era
o mesmo que dizer ao pai que desejava a sua morte. Um verdadeiro escândalo!
Como este moço pode cometer tal loucura? Ele representa o pecador que deliberadamente
dá as costas para Deus. Que ama e tem um compromisso com o pecado. O filho mais
moço vivia junto de seu pai, participava da sua mesa, e, mesmo assim decidiu
abandonar a casa paterna com o intuito de entregar-se aos prazeres mundanos e
uma vida independente do pai, representado na história por Deus. Atualmente, não é diferente. Quantas vidas
tem feito o mesmo que o filho mais moço! Participaram em algum momento da mesa
do Senhor, de cultos, cantavam louvores a Deus e um belo dia decidiram abandonar
tudo para viver uma vida longe de Deus! Vida de rebeldia e independência do
Senhor. Que escolha louca! Pedro em sua segunda epístola faz uma forte
observação sobre isto (2 Pe 2.22)
“O
cão voltou ao seu próprio vômito; e: A porca lavada voltou a revolver-se no
lamaçal.”
O pai, de maneira inesperada,
reparte os haveres entre seus filhos. Não dá só a parte do mais moço, mas,
divide os bens entre seus dois herdeiros. Era costume judaico, que o filho mais
velho recebesse o dobro. Ou seja, ele recebeu 2/3 da herança e o filho mais
jovem 1/3.
Por isso que Eliseu pede porção
dobrada do Espírito de Elias. Ele se ali com herdeiro espiritual de Elias. (2Re
2.9)
Era papel do filho mais velho,
quando houvesse algum irmão meio “sem juízo” , trazê-lo a razão. Conversar,
apaziguar, reconciliar. E em momento nenhum, vemos isto acontecendo nesta
parábola. O filho mais velho simplesmente se eximiu de sua responsabilidade
dentro da família.
Ao sair de
casa, o texto bíblico (v. 13 - 16) narra que o filho mais moço foi para uma
terra distante e lá dissipou todos os seus bens dissolutamente, ou irresponsavelmente.
Não se preocupou em momento algum com o dia de amanhã, nem ao menos pensou na
possibilidade de ter seus bens esgotados. Gastou tudo como dava na “telha”,
como diz o ditado. Com certeza, teve neste período, muitos amigos que o
ajudaram a gastar o seu dinheiro. E quando menos esperava, uma fome muito
severa atingiu todos os habitantes daquela terra. Chegando o momento em que ele
não tinha sequer o suficiente para comprar um prato de comida. Incrível! E
começou a passar grande necessidade! Indo, pois, aos cidadãos daquela terra,
foi mandado para guardar porcos. Uma humilhação e tanto para qualquer judeu.
Mais que humilhação, pois de acordo com a cultura judaica, o porco era
considerado um animal imundo. Que não servia para alimento nem sacrifício. Portanto,
nenhum judeu criava esta espécie de animal. E agora, o moço estava tendo que se
submeter a cuidar de porcos! Certamente ele se lembrou da casa paterna e do que
sua nova profissão significava. O texto ainda menciona que ele desejava comer
das alfarrobas que os porcos comiam, mas, ninguém lhe dava nada. Acredita-se
por este motivo, que muito provavelmente ele tenha mendigado sem êxito algum.
A alfarroba é
uma espécie de raiz com sabor adocicado que os porcos após fuçarem o chão,
conseguem comer. Até que o rapaz “caiu em si” (v. 17) e lembrou que até os
empregados do seu pai tinham fartura de pão e ele ali passando fome! Então
resolveu voltar para a casa do pai e lhe dizer: Pai, pequei contra o céu (uma
forma que os judeus se referiam a Deus) e diante de ti, já não sou digno de ser
chamado teu filho (ele sabia exatamente a dimensão do que tinha feito ao
rebelar-se e dar as costas ao pai) trata-me como um dos teus trabalhadores.
De acordo com
estudiosos da bíblia e do grego, este “cair em si” sofrido por parte do filho
mais moço, não foi um arrependimento como Deus quer, mas algo como quando
alguém sai de carro e está atrasado e resolve tomar um atalho e quando faz a
curva percebe que caiu em um grande congestionamento que consumirá umas 3 horas
do seu tempo. Que arrependimento!
Independente
disso, o fato é que o pai estava a espera de seu filho mais novo, fosse qual
fosse o motivo do seu retorno. Deus, no entanto, espera que seus filhos perdidos
voltem com coração sincero e genuíno arrependimento (Gr. Metanóia).
Indo, pois, o
filho encontrar-se com seu pai, o texto ( v.20) narra que o pai o estava
esperando. E, quando o avistou de longe , correu ao seu encontro, o abraçou e o
beijou. Uma cena comovente! Desde que o rapaz saiu de casa, este pai já estava
na expectativa da sua volta. Especula-se que o lugar onde moravam, tratava-se
de uma cidade pequena, e que o pai tinha o vislumbre das portas da cidade. De
acordo com a tradição judaica, os anciãos da cidade ficavam sentados às portas
da cidade. Pode ser que este pai, como homem respeitável e proeminente, tivesse
o hábito de se sentar todos os dias às portas da cidade. Outro fato curioso que
o texto relata, é que este pai saiu correndo para encontrar-se com o filho. Não
só estava ansioso pelo retorno do filho, mas, quem sabe, também correu com o
intuito de resguardá-lo dos outros cidadãos. Uma vez que todos sabiam do
“desaforo” cometido contra o pai e certamente estavam indignados com tamanho
absurdo.
Imagino que o
pai já tivesse uma certa idade e alguns quilos a mais. Pensemos na vergonha que
ele passou aos sair correndo de encontro com o filho. Pois, de acordo com o
Talmude, não era apropriado a nenhum homem sair correndo pela cidade. Isto era
coisa de menino. Ou seja, ele não pensou na sua reputação. Passou vergonha por
amor! Abraçou-o, beijou-o e mandou que seus servos trouxessem as melhores
roupas e o vestissem. Também, que colocassem um anel no seu dedo (símbolo de
autoridade) e sandálias nos pés (representando “servos”). Desta forma,
surpreendentemente, o pai não só recebe o filho no seio da família
restituindo-lhe a posição de filho, mas também o integra a sociedade, apesar dele
esperar ser tratado como um mero empregado, quão grande foi sua surpresa com a
atitude do seu pai! (v. 22)
O pai também
mandou que seus servos mandassem matar um novilho cevado para que comessem e se
alegrassem. Era costume judeu quando numa pequena festa, matar um cordeiro, um
animal de pequeno porte. Porém, esta festa foi grande! Um novilho cevado foi
morto para aquele banquete. Levando-nos a acreditar que aquela comemoração
incluía não só a família, mas os amigos, vizinhos e todos aqueles que quisessem
se alegrar com aquele pai. (v.23).
E em
meio a tanta alegria, festa, música, dança (conforme cultura judaica) aparece
vindo do campo, o filho primogênito. Ele pergunta aos servos o que está
acontecendo, e, depois de ter tomado ciência dos acontecimentos, fica
profundamente indignado com a felicidade do pai. Quando o pai se aproxima, ele simplesmente
deixa a máscara de pecador bem comportado cair e de maneira no mínimo
desrespeitosa, confronta o pai dizendo: “Há tantos anos que te sirvo sem jamais
transgredir uma ordem tua, e nunca me deste um cabrito sequer para alegrar-me
com os meus amigos; vindo, porém, esse teu filho, que desperdiçou os teus bens
com meretrizes, tu mandaste matar para ele o novilho cevado.” O pai paciente e
amorosamente responde:
“Meu filho, tu sempre estás comigo; tudo o que é
meu é teu. Entretanto, era preciso que nos regozijássemos e nos alegrássemos,
porque esse teu irmão estava morto e reviveu, estava perdido e foi achado.”
O Filho mais velho representa o pecador
controlado que está na igreja, mas quando as dificuldades chegam despejam toda
sua insatisfação diante de Deus. Se auto justificam, e dizem que Deus não tem
lhe dado a devida atenção. Nem lhe tratado com consideração ou amor. Querem
ensinar Deus como operar em sua vida. É um religioso. Lhe falta, portanto, um
coração segundo o coração de Deus. Que se preocupa com aquilo que Deus se
preocupa, que anseia de acordo com os anseios de Deus, que ama o ser humano
assim como Deus ama, a ponto de dar seu próprio filho a favor do pecador. O
filho primogênito não compartilhava do anseio do coração do pai, e agora que o
filho caçula voltara, não partilhava da alegria paterna. Tinha proximidade do
pai mas não o conhecia de fato. Nem tampouco desfrutava plenamente desta
comunhão.
Aprendemos
então com esta parábola:
·
Deus ama e espera que seus filhos perdidos retornem.
O amor do
Senhor não tem fim.
·
Abandonar a Deus e entregar-se ao mundo e seus prazeres, é loucura.
·
Podemos estar na igreja, ser conhecidos como cristãos, e ainda assim estar longe de Deus.
Portanto, voltemos nosso olhar primeiramente para nossa vida. Somos realmente filhos de Deus que amam e obedecem ao Senhor? Filhos diferentes destes apresentados na parábola?
"Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda, esse é o que me ama; e
aquele que me ama será amado de meu Pai, e eu o amarei, e me
manifestarei a ele." João 14.26
"Mas, a todos quantos o receberam, aos que crêem no seu nome, deu-lhes o
poder de se
tornarem filhos de Deus; os quais não nasceram do sangue,
nem da vontade da carne,
nem da vontade do varão, mas de Deus." João 1.12,13
Também oremos pelos desviados para que voltem
para Jesus e para que o Senhor salve aqueles que estão perdidos mesmo estando dentro
das igrejas.
"Soli deo glória" .
Pra. Deise Silos
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